A juventude sempre se
fez presente nas questões
políticas e comportamentais na histórica do Brasil moderno. Seja durante
as
ditaduras ou em momentos de estabilidade da liberdade de expressão. Seja
na década de 60, contra o AI-5, nos anos 80, a favor da abertura da
democracia, no
início dos anos 90, com os caras pintadas ou agora, nas redes sociais.
A democracia no Brasil entrou em um novo momento. Um
momento em que o Estado garantiu alguns direitos e atendeu a diversas reivindicações
da Juventude brasileira. Momento esse em que o Estado, por meio das Conferências,
deu espaço para o movimento estudantil falar, opinar e reclamar. Com as Conferências
de Juventude espalhadas por municípios e estados pelo Brasil a fora, o jovem
tem voz na elaboração dos diagnósticos e na formulação das políticas públicas.
Contudo, esse instrumento é insuficiente para abarcar
toda a ebulição de ideias que vem acontecendo no debate das políticas voltadas
para essa área. O modelo atual das Conferências, que, inegavelmente, é um grande
avanço, se mostraram uma ferramenta muito aquém das necessidades de troca de ideias
e informações que os jovens têm e precisam ter com o poder público.
Com a popularização das redes sociais como o Orkut, Facebook, Twitter
e os milhares de blogs e vlogs espalhados pela rede, é possível perceber um
grande entusiasmo e crescimento da atuação dos jovens no debate sobre política
estudantil. Todavia, as ferramentas de participação social oferecidas pelo
poder público são insuficientes para dar conta de tudo o que vem sendo
debatido, questionado e formulado nas redes sociais. O modelo atual de participação
social adotado pelos governos no Brasil fazem com que muitos atores políticos
fiquem de fora da construção das políticas públicas voltadas para a juventude.
Seja por motivos econômicos, territoriais, ou apenas falta de informação.
As redes sociais na
internet nos mostram que estamos
diante de um novo cenário da discussão política. Apenas nos últimos
meses temos
exemplos de mobilização social que saiu das telas do computador para as
ruas. Em
países como o Egito, Portugal, Grécia, Inglaterra e Espanha a
mobilização
organizada e debatida na rede tomaram as ruas e viraram manchete em todo
o
mundo. Mostrando para todos que as redes sociais não são um gueto, mas
sim um concreto espaço de formulação e discussão política.
No Brasil, o governo do
Rio Grande do Sul abriu o
gabinete digital. É a primeira experiência de diálogo entre o poder
público e a sociedade civil na internet. Aqui, no Rio de Janeiro, no dia
22/09/11 a Superintendência
de Juventude debaterá um dos eixos da Conferência Estadual de Cultura
nas redes
sociais. Ainda é pouco, mas essas experiências podem gerar grandes
resultados.
Os governos precisam ter sensibilidade para enxergar onde
o debate político é feito, requentado, revirado e formulado para além dos
instrumentos tradicionais de participação social.
Nenhum comentário:
Postar um comentário