quinta-feira, 4 de abril de 2013

A disputa da sociedade na tela da TV



“Nova classe média é uma 'bobagem sociológica', já que o que houve foi a ampliação da classe trabalhadora.
Marilena Chauí

No último sábado, dia 30 de março de 2013, eu estava assistindo o programa “Esquenta” que é veiculado na TV Globo no inicio da tarde. O programa é novo na grade da TV e é claramente direcionado para a suposta “Classe C”. O programa tem muito samba, funk e uma linguagem estética direcionada para os moradores dos subúrbios das grandes cidades.

Naquele dia estava sendo apresentada a nova trilha sonora da série “A Grande Família”. O ator Pedro Cardoso, que faz uma personagem muito popular, foi ao programa e opinou sobre os motivos do sucesso do seriado, que já tem 13 anos na grade da emissora carioca. O ator afirmou que a longevidade d’ “A Grande Família” se dá porque o programa foi se transformando junto com o Brasil. Segundo ele, “desde os tempos do presidente Fernando Henrique Cardoso o Brasil vem crescendo e se tornando uma grande potência mundial”.

Discordo completamente do Pedro Cardoso. Não tenho dúvidas que as grandes transformações sociais e econômicas no Brasil começaram a ocorrer durante o governo do Partido dos Trabalhadores. Mas isso não é importante aqui. Todo mundo pode e deve ter opinião sobre os fatos políticos do país. Provavelmente o Pedro Cardoso não tem a mesma diversidade de informações sobre o governo que eu tenho, ou simplesmente estava fazendo propaganda política de uma linha ideológica que ele acredita.

O problema é um programa na TV aberta, ou seja, de concessão pública, veicular apenas um tipo de opinião, um lado da informação. O “Esquenta” tem em média 11 pontos de audiência. Isso que dizer que são cerca de 700 mil brasileiros sendo informados e formados politicamente de forma simples, clara e divertida.

Os grandes conglomerados de comunicação estão atentos à ampliação da classe média trabalhadora e estão fazendo conteúdos de TV, rádios, revistas, filmes, séries e etc. para esse mercado consumidor, que não é novo, mas agora muito importante do ponto de vista comercial. Contudo, do ponto de vista ideológico, nada mudou. O que é veiculado são os mesmo valores e costumes da elite conservadora que agora estão sendo levados para ao suposta “classe C”. Muito em breve, grande parte dessa classe trabalhadora que acendeu economicamente, estará fazendo os mesmos discursos e repetindo os mesmo hábitos dos “Pedros Cardosos” da vida.

A esquerda no Brasil precisa estar atenta e se mobilizar a favor da democratização das comunicações e de um casamento entre as políticas de comunicação com as políticas culturais. A transformação social não se dará apenas com o aumento do poder econômico da classe trabalhadora, ela acontecerá quando a esquerda conseguir conquistar corações e mentes em todo Brasil.

Eduardo Lurnel é gestor cultural e atualmente é assessor da Diretoria da Ancine.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Sobre Audiência Pública da Cultura e Sérgio Sá Leitão.


Ontem o Secretário de Cultura do cidade do Rio de Janeiro, não compareceu à audiência pública convocada pela comissão de educação e cultura da Câmara dos vereadores que é presidida pela vereador Reimont Otoni.

Foi ruim a ação e a justificativa do secretário. O movimento cultural carioca é aguerrido e combativo, mas nunca foi violento.

Contudo, não podemos julgar uma gestão de 3 meses por apenas um ato. Sérgio Sá Leitão tem uma trajetória no poder público que dialoga com transparência e diálogo.
Continuo confiando que ele fará uma boa gestão para o setor.

Vamos aguardar os próximos capítulos, baixar as armas e pedir a saideira e a conta!

EL


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Nova legislação da TV paga no Brasil é tema de debate nesta terça-feira, 7 de agosto


07/08/2012 10:57

Nova legislação da TV paga no Brasil é tema de debate nesta terça-feira, 7 de agosto

Evento acontece na unidade do SENAI de Laranjeiras e conta com a presença de Eduardo Lurnel, da ANCINE
A lei 12.485/2011, que determina a nova legislação da TV paga no Brasil, é tema de debate nesta terça-feira, 7 de agosto, na unidade do SENAI de Laranjeiras, no Rio de Janeiro. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas através do telefone 0800 0231 231 ou pelo site oficial do debate.

Sob o título de “Formação profissional e mercado de trabalho para audiovisual e animação digital”, o debate conta com a presença dos convidados Eduardo Lurnel Gonçalves Filho, assessor do diretor da ANCINE, Glauber Piva; Leonardo Dourado, conselheiro da Associação Brasileira de Produtoras Independentes de TV (ABPITV) e sócio-diretor da Telenews; Marcos Coqueiro, diretor de TV; e André Gustavo, produtor de elenco e figuração para cinema e publicidade.

O evento acontece às 18h30 e faz parte do projeto “Terça sem dúvidas”, que abrange seminários de orientação profissional esclarecedores sobre a atuação do profissional em sua área. O projeto é uma iniciativa do Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), composto pelas organizações CIRJ (Centro Industrial do Rio de Janeiro), SESI (Serviço Social da Indústria), SENAI(Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e IEL (Instituto Euvaldo Lodique).

Para mais informações, acesse a página oficial do "Terça sem dúvidas" no SENAI.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Café, Cinema e Racismo



Sexta de calor no alto inverno carioca. Era dia 27 de julho de 2012. Álvaro Maciel Junior, vulgo Alvinho, me chamou para uma conversa. Ele abriu uma produtora audiovisual com mais dois amigos e queria conversar sobre cinema, filmes, séries, etc.

Por volta das 17:00h Alvinho me ligou para dizer que já havia chegado no lugar marcado. Ele estava sentado em um banco na Praça Marechal Floriano, mais conhecida como Cinelândia. Não teria lugar mais apropriado para um papo sobre cinema do que a Cinelândia. Lugar que em outros tempos concentrava grande parte do parque de salas de cinema na cidade maravilhosa.

Convidei-o para sentar na Café Ateliê Odeon BR. Na minha modesta opinião, o Cinema Odeon está para o cinema assim como o Maracanã para o futebol. É a grande casa do cinema. No Cinema Odeon, por pior que seja o filme, a visita já vale o ingresso.

Sentamos na varanda do café por volta das 17:10. Havia poucas pessoas no recinto. Duas mesas ocupadas na parte de dentro e uma além da nossa na varanda. Conversamos sobre diversas questões do audiovisual. Falei da recente regulamentação da lei da TV paga, dos novos recursos do Fundo Setorial do Audiovisual entre outras coisas.

Procurei a primeira vez por um garçom. Olhei a minha volta e nada. A conversa continuou...

Álvaro falou das suas estratégias, comentou sobre seus sócios e de algumas produções que estavam em mente. O tempo passou e novamente procurei por um garçom, queria um café expresso. Já era noite e ninguém havia perguntado se gostaríamos de algo para comer ou beber.

Cerca de 18:15 tive que, infelizmente, terminar o ótimo papo. Ainda havia muito trabalho para terminar na ancine, onde eu trabalho.  Ficamos um pouco mais de 1 h no Café Ateliê Odeon BR e não nos foi oferecido absolutamente nada. Percebi naquele momento que o estabelecimento estava cheio. O interior do Café havia muitos lugares ocupados e a varanda com muitas mesas a mais do que no momento que havíamos chegado.
Levantamo-nos e eu comentei com o Álvaro: “Já que ninguém me serviu um cafezinho, vou tomar na Ancine mesmo”. Já na parte fora do café, na Praça Marechal Floriano, me virei e olhei para o café. Pra minha triste surpresa, todos tinham sido assistidos e só havia a nossa mesa vazia, a mesa onde tinha os únicos negros no Café Ateliê Odeon BR.

Eduardo Lurnel é carioca, negro e assessor da Diretoria Colegiada da Ancine.

*correções em 31/07/12
Atualização em 31/07/12 as 14:04.

Respota do Cafe Ateliê Odeon BR

Oi prezado, pedimos desculpas pelo ocorrido e, posso estar enganada, mas desde que o estação existe, racismo é algo que passa longe do nosso conceito. Pode ter havido sim uma baita falta de atenção (o que, infelizmente acontece) por parte do pessoal de atendimento. 

Pessoal esse que já foi advertido e a responsável pelos cafés pede mais mil desculpas e convida para um café por conta da casa. Basta chegar no cinema e procurar a gerente. (diga, por favor, que é convidado meu (liliam) e da ana cristina (a responsavel pelo café).

Qq outra reclamação ou sugestão, é só falar.
Att
Liliam e Ana Cristina

terça-feira, 17 de abril de 2012

Reencontros de desencontros - 1 ano do reencontro da Tasso da Silveira

Hoje faz um ano do já histórico reencontro de ex alunos da Tasso da Silveira.

A ideia do reencontro nasceu logo após a tragédia na escola. Eu estava chegando de metrô para trabalhar e vi no twitter que houve uma chacina em uma escola em realengo, logo que cheguei na Ancine descubro que foi na escola que passei boa parte da minha vida.

Depois do susto e da surpresa, ainda atônito, sem entender muito o que estava acontecendo falei com a Juliana Souza em fazermos uma abraço na escola. Ela topou na hora e daí começaram os preparativos para o evento. Desde o início a ideia de todos não era falar de vítimas, mortes e afins. Sabíamos que um mar notícias ruins tomariam conta do noticiário e a imagem da escola Tasso da Silveira retratada naquele momento seria completamente diferente daquela que povoava nosso imaginário.

A todo momento frisamos para todos que aquele abraço seria um momento de celebração, de boas lembranças e de reecontrução da imagem lúdica e transformadora que foi a passagem de todos por lá.

Assim foi feito. Nervosismos, e apreensão que ocorre em qualquer evento deram lugar a boas conversas, abraços e beijos. Não dá para não citar todo o histerismo e importância da Viviane Nistaldo. Sem ela nada teria acontecido. De camisas a vinheta, ela produziu tudo.

O abraço que seria na instituição se tornou um abraço nas nossas melhores lembranças. Estavam lá professores e funcionários que participaram da histórias de todos os ex alunos ali. A lendária Dona Ana e a ex diretora Marina Pereira, minha mãe e minha mãe Lilian Damião marcaram presença.

Ex alunos de muitas gerações, dos anos 1970, 1980, 1990 e 2000, que estavam ali apenas para um momento de celebração. Muitos dos reportes que estavam por lá perguntavam sobre a tragédia, mas nos estavam ali para reviver e contruir novos momentos inesquecíveis.

Depois houveram amores, brigas, encontros, desencontros e reencontros. Contudo, tenho certeza de que quem esteve na Tasso da Silveira no dia 16 de abril de 2011 nunca deixará aqueles momentos caírem no esquecimento.

Eduardo Lurnel



segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O time da virada




Depois de um campeonato carioca claudicante. Onde ídolos do passado e do presente foram questionados, o Vasco começou a virada.  Com a chegada do treinador Ricardo Gomes e de alguns bons jogadores, a virada vascaína ganhava forma. Não era uma simples mudança. O Vasco deixava pra trás uma década de derrotas e vexames para se tornar novamente o Gigante da Colina.

O que se viu durante o breve, mas sofrido caminho da conquista da Copa do Brasil foi uma virada na história do Clube de Regatas Vasco da Gama. O time deixou o estigma de time pequeno, que pairou em São Januário nos últimos 10 anos, para voltar a jogar como time do tamanho da sua história.
Há de se destacar alguns jogadores, Diego Souza, com sua valentia e força, Juninho com toda a sua categoria, Éder Luis e suas arrancadas que lembram o velho Euller, “O Filho do vento”, Dedé, o Mito, que mostrou segurança, raça e atitude durante todo o ano, e o maestro Felipe.

A história de Felipe em 2011 remete diretamente a trajetória vascaína desse ano. Ele, que chegou no ano passado, parecia que não conseguiria se adaptar ao futebol brasileiro. Muitos acreditavam que era uma ex jogador em atividade. Mas ele mostrou que não. O maestro, que é um dos remanescentes da década de ouro da equipe vascaína, se transformou e com ele o Vasco mudou. Com a elegância e simplicidade de sempre, Felipe coloriu as tardes de domingo. A vitalidade e a velocidade já não são mais as mesmas. Mas a beleza de seus dribles seduziu vascaínos e adversários. Dribles que parecem óbvios, repetitivos, mas que raramente são parados.  Os passes são um capítulo a parte. Precisão, eficiência e magia. A bola saída dos seus pés percorreu caminhos inimagináveis. Encontrar um companheiro sem marcação, que as vezes parecia uma missão impossível, para Felipe foi uma tarefa fácil. Parecia que a bola desaparecia e reaparecia como mágica.

O Vasco mostrou pra todo mundo que time grande tem que pensar em ganhar sempre. Que time grande não pode se contentar com apenas uma conquista por ano. O Vasco virou jogos, virou sua torcida e virou as adversidades dentro e fora de campo.

Com um time maduro no segundo semestre o Vasco fez grandes partidas. Duas viradas épicas em São Januário contra o Aurora e o Universitário. Partidas espetaculares, com lindos gols e uma disposição incrível de um time que não se abateu quando passou por dificuldades.

O AVC sofrido pelo técnico Ricardo Gomes uniu torcida e time. Um casamento que estava abalado há alguns anos. Esse time do Vasco mostrou neste ano que podia ir além. Um time que não tinha um grande craque, mas que desconhecida os limites das competições que disputou. Esse time de 2011 não teve medo de perder. Foi cauteloso, mas sempre audacioso e ambicioso. Raça e disposição foram aliadas a emoção e paixão. Isso sem deixar de lado toda a beleza que o futebol pode nos proporcionar. O Vasco de Dedé, Felipe e Juninho, encantou adultos e jovens. O Vasco de Cristóvão Borges e Ricardo Gomes foi um time que se entregou em campo e deixou sangue, suor e lagrimas por onde passou.

O Vasco de 2011 mostrou que é mais do que o time da virada, O Vasco é o time do amor.
Que venha a libertadores! Saudações Vascaínas!

Agora, me resta esperar as contratações do Vascão e é claro que vou pedir, “a saideira e a conta”!

Eduardo Lurnel

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Propostas para a Conferência Virtual de Juventude


EIXO 1 – DIREITO AO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL (EDUCAÇÃO - CULTURA – TRABALHO)

PROPOSTA 1
Garantir acesso e permanência do jovem na escola de forma qualificada e democrática por meio da incorporação de disciplinas de filosofia e sociologia para o Estado, fortalecendo a gestão democrática e capacitação continuada que conte com representantes dos movimentos sociais para realização dos mesmos.

PROPOSTA 2
Acesso e ampliação de vagas nas universidades públicas, com garantia de cotas sociais e raciais, mantendo e ampliando cada vez mais o PROUNI.

PROPOSTA 3
Garantir o acesso à educação através do Passe Livre Estudantil ilimitado para estudantes da rede pública de ensino, bem como para estudantes bolsistas das instituições particulares.

PROPOSTA 4
Inclusão cultural com a democratização dos espaços  culturais para as população jovem, por meio do aumento de investimentos que possibilitem efetivamente a formulação e a consolidação das PPJs voltadas a fomento da cultura, viabilizando maior identidade junto aos jovens e o seu acesso às atividades correlatas.

PROPOSTA 5
Utilizar como um dos instrumentos os Centros de Referência da Juventude (CRJs) como equipamento público universal e descentralizado caracterizando uma política transversal para a Juventude, aglutinando, no mesmo ambiente, espaços para a produção cultural e oficinas para capacitação profissional, podendo estimular o desenvolvimento de projetos educacionais, oferecendo também o resgate e a difusão da cultura tradicional local.

PROPOSTA 6
Democratização dos meios de comunicação, garantindo a representação da diversidade e pluralidade das identidades culturais do país e transparência nos processos de outorga das concessões públicas de rádio e TV.

PROPOSTA 7
Criação de espaços culturais, desenvolvendo e incentivando atividades culturais dentro das comunidades (escolas e centros culturais) garantindo o acesso as populações tradicionais e também aos portadores de necessidades especiais.

PROPOSTA 8
Sujeição do Estado à Lei de Responsabilidade Social, regulamentando a redução da jornada de trabalho.

PROPOSTA 9
Fomentar as políticas públicas de economia solidária e incubadoras, garantindo o acesso ao crédito e financiamento para empreendimentos juvenis, orientado e fiscalizado pelo Ministério do Trabalho.

PROPOSTA 10
Inserir a formação em linguagem audiovisual no sistema regular de ensino. A formação em linguagem audiovisual pode ser feita em âmbito curricular ou extracurricular.
 

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A voz é virtual, mas a mobilização é real





A juventude sempre se fez presente nas questões políticas e comportamentais na histórica do Brasil moderno. Seja durante as ditaduras ou em momentos de estabilidade da liberdade de expressão. Seja na década de 60, contra o AI-5, nos anos 80, a favor da abertura da democracia, no início dos anos 90, com os caras pintadas ou agora, nas redes sociais.

A democracia no Brasil entrou em um novo momento. Um momento em que o Estado garantiu alguns direitos e atendeu a diversas reivindicações da Juventude brasileira. Momento esse em que o Estado, por meio das Conferências, deu espaço para o movimento estudantil falar, opinar e reclamar. Com as Conferências de Juventude espalhadas por municípios e estados pelo Brasil a fora, o jovem tem voz na elaboração dos diagnósticos e na formulação das políticas públicas.

Contudo, esse instrumento é insuficiente para abarcar toda a ebulição de ideias que vem acontecendo no debate das políticas voltadas para essa área. O modelo atual das Conferências, que, inegavelmente, é um grande avanço, se mostraram uma ferramenta muito aquém das necessidades de troca de ideias e informações que os jovens têm e precisam ter com o poder público.
Com a popularização das redes sociais como o Orkut, Facebook, Twitter e os milhares de blogs e vlogs espalhados pela rede, é possível perceber um grande entusiasmo e crescimento da atuação dos jovens no debate sobre política estudantil. Todavia, as ferramentas de participação social oferecidas pelo poder público são insuficientes para dar conta de tudo o que vem sendo debatido, questionado e formulado nas redes sociais. O modelo atual de participação social adotado pelos governos no Brasil fazem com que muitos atores políticos fiquem de fora da construção das políticas públicas voltadas para a juventude. Seja por motivos econômicos, territoriais, ou apenas falta de informação. 

As redes sociais na internet nos mostram que estamos diante de um novo cenário da discussão política. Apenas nos últimos meses temos exemplos de mobilização social que saiu das telas do computador para as ruas. Em países como o Egito, Portugal, Grécia, Inglaterra e Espanha a mobilização organizada e debatida na rede tomaram as ruas e viraram manchete em todo o mundo. Mostrando para todos que as redes sociais não são um gueto, mas sim um concreto espaço de formulação e discussão política.

No Brasil, o governo do Rio Grande do Sul abriu o gabinete digital. É a primeira experiência de diálogo entre o poder público e a sociedade civil na internet. Aqui, no Rio de Janeiro, no dia 22/09/11 a Superintendência de Juventude debaterá um dos eixos da Conferência Estadual de Cultura nas redes sociais. Ainda é pouco, mas essas experiências podem gerar grandes resultados.

Os governos precisam ter sensibilidade para enxergar onde o debate político é feito, requentado, revirado e formulado para além dos instrumentos tradicionais de participação social.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Dilma ligou a seta para a esquerda


Em de 8 meses de gestão, o governo Dilma Rousseff fez um claro movimento de aproximação com a classe média brasileira. Não dá pra dizer que é uma gestão de direita, mas podemos afirmar que até o momento é uma gestão conservadora. 

Polêmica sobre o Creative Commons e a demora no debate da Lei de Direitos Autorais no âmbito do Ministério da Cultura. Um Plano Nacional de Banda Larga tímido e falta do debate sobre o novo marco regulatório das comunicações no âmbito do Ministério das Comunicações. E agora o plano “Brasil Maior”, que não foi discutido com os movimentos sociais e centrais sindicais. Isso só pra citar alguns exemplos.

Nessa semana Dilma fez dois movimentos que merecem destaque. Depois de muita reclamação das centrais sindicais e movimentos ligados à classe trabalhadora, a presidenta apareceu de surpresa em uma reunião na Secretaria Geral da Presidência e pediu desculpas para os movimentos. Dilma afirmou que errou em lançar o plano “Brasil Maior”, de alto impacto na economia brasileira, sem dialogar com as entidades ligadas aos trabalhadores.

Ontem, depois de uma semana turbulenta no Ministério da Defesa, o Palácio do Planalto anunciou o ex-chanceler de Lula para o lugar de Nelson Jobim. Dilma troca um ministro ligado ao Serra, com posições ultraconservadoras e colocar Celson Amorim que é um dos grandes símbolos do sucesso do governo Lula.
Muitos esperavam que Dilma colocasse um quadro técnico no Ministério da Defesa, mas a presidenta optou por um político filiado ao PT do Rio, que durante toda a sua gestão no ministério das Relações Exteriores esposou o Brasil e a política do governo Lula mundo a fora.

Dilma ligou a seta para entrar à esquerda, espero que isso aconteça no próximo cruzamento.

Enquanto isso, eu peço a saideira, e a conta!

Eduardo Lurnel

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Vencer, vencer, vencer



Começo esse post com uma parte de letra do hino do Flamengo, time que eu odeio com todas as minhas forças. Mas esse título não se refere ao hino, mas sim a antológica partida de futebol válida pelo campeonato brasileiro ontem. Flamengo X Santos, sem a sombra de dúvidas fizeram a melhor partida que eu vi nos últimos tempos.

Vencer, vencer e vencer, foi o que todos os participantes daquele jogo tentaram fazer desde o primeiro ao último minuto do jogo. Não vou me ater a descrições de gols, jogadas, dribles e defesas. Já tem muita gente fazendo isso pela internet a fora. Venho aqui para registra o grande momento que o futebol brasileiro vive.
Com a economia brasileira bastante aquecida nos últimos anos e uma sensível melhora na gestão dos clubes do futebol, grandes jogadores voltaram a atuar no futebol nacional e estrelas promissoras continuam jogando pelas terras tupiniquins. O êxodo de jogadores que marcou todos os momentos da minha vida, desde que comecei a acompanhar futebol, diminui bastante. Resultado: Estádios lotados, grandes jogadas, belos gols e partidas fantásticas. 

É uma pena que muitos torcedores e apaixonados por futebol não tiveram a oportunidade de assistir esse grande jogo. Muita coisa mudou no futebol brasileiro, menos o monopólio da TV Globo. Ela continua ditando quem pode e que não pode assistir aos jogos dos principais times do país. O Futebol, a nossa paixão, tem que se enquadrar dentro da grade de programação da emissora. O torcedor, que é realmente quem financia isso tudo, é colocado em terceiro, quarto, décimo plano...

As receitas de TV são as principais para os clubes em todo o mundo, aqui não é diferente. A diferença é que aqui os clubes aceitam ter menos torcedores nos estádios para receber metade dos recuros possíveis. A rede Record, nesse ano, ofereceu o dobro de dinheiro para transmitir o campeonato brasileiro e os grandes clubes recusaram. A força da rede globo prevaleceu sobre o interesse do público.

Com os talentos brasileiros, com mais organização por parte dos clubes, e com um licenciamento para a TV honesto e democrático, o futebol brasileiro tem tudo para se o maior e o melhor do mundo.

Edaurdo Lurnel