Depois de um campeonato carioca claudicante. Onde ídolos do passado e do presente foram questionados, o Vasco começou a virada. Com a chegada do treinador Ricardo Gomes e de alguns bons jogadores, a virada vascaína ganhava forma. Não era uma simples mudança. O Vasco deixava pra trás uma década de derrotas e vexames para se tornar novamente o Gigante da Colina.
O que se viu durante o breve, mas sofrido caminho da conquista
da Copa do Brasil foi uma virada na história do Clube de Regatas Vasco da Gama.
O time deixou o estigma de time pequeno, que pairou em São Januário nos últimos
10 anos, para voltar a jogar como time do tamanho da sua história.
Há de se destacar alguns jogadores, Diego Souza, com sua
valentia e força, Juninho com toda a sua categoria, Éder Luis e suas arrancadas
que lembram o velho Euller, “O Filho do vento”, Dedé, o Mito, que mostrou
segurança, raça e atitude durante todo o ano, e o maestro Felipe.
A história de Felipe em 2011 remete diretamente a trajetória
vascaína desse ano. Ele, que chegou no ano passado, parecia que não conseguiria
se adaptar ao futebol brasileiro. Muitos acreditavam que era uma ex jogador em
atividade. Mas ele mostrou que não. O maestro, que é um dos remanescentes da
década de ouro da equipe vascaína, se transformou e com ele o Vasco mudou. Com
a elegância e simplicidade de sempre, Felipe coloriu as tardes de domingo. A
vitalidade e a velocidade já não são mais as mesmas. Mas a beleza de seus
dribles seduziu vascaínos e adversários. Dribles que parecem óbvios, repetitivos,
mas que raramente são parados. Os passes
são um capítulo a parte. Precisão, eficiência e magia. A bola saída dos seus
pés percorreu caminhos inimagináveis. Encontrar um companheiro sem marcação,
que as vezes parecia uma missão impossível, para Felipe foi uma tarefa fácil.
Parecia que a bola desaparecia e reaparecia como mágica.
O Vasco mostrou pra todo mundo que time grande tem que
pensar em ganhar sempre. Que time grande não pode se contentar com apenas uma
conquista por ano. O Vasco virou jogos, virou sua torcida e virou as adversidades
dentro e fora de campo.
Com um time maduro no segundo semestre o Vasco fez grandes
partidas. Duas viradas épicas em São Januário contra o Aurora e o Universitário.
Partidas espetaculares, com lindos gols e uma disposição incrível de um time
que não se abateu quando passou por dificuldades.
O AVC sofrido pelo técnico Ricardo Gomes uniu torcida e
time. Um casamento que estava abalado há alguns anos. Esse time do Vasco
mostrou neste ano que podia ir além. Um time que não tinha um grande craque,
mas que desconhecida os limites das competições que disputou. Esse time de 2011
não teve medo de perder. Foi cauteloso, mas sempre audacioso e ambicioso. Raça
e disposição foram aliadas a emoção e paixão. Isso sem deixar de lado toda a
beleza que o futebol pode nos proporcionar. O Vasco de Dedé, Felipe e Juninho,
encantou adultos e jovens. O Vasco de Cristóvão Borges e Ricardo Gomes foi um
time que se entregou em campo e deixou sangue, suor e lagrimas por onde passou.
O Vasco de 2011 mostrou que é mais do que o time da virada,
O Vasco é o time do amor.
Que venha a libertadores! Saudações Vascaínas!
Agora, me resta esperar as contratações do Vascão e é claro
que vou pedir, “a saideira e a conta”!
Eduardo Lurnel